A revista Veja São Paulo publicou uma reportagem sobre os garçons que atuam na capital paulista e, segundo seus dados, Pedro II é a cidade que mais "exporta" este tipo de mão-de-obra para os restaurantes paulistanos. Segundo levantamento da revista Veja São Paulo, Pedro II, Piripiri e Domingos Mourão estão entre as campeãs de mão de obra em restaurantes. Veja a matéria:
Pesquisa: 87% dos garçons que atuam em São Paulo vêm de fora da cidade
Entre opções de penne, maccheroni e farfalle, o idioma italiano domina o cardápio do Aguzzo, em Pinheiros. Quando os pratos passam para as bandejas, porém, um sotaque bem brasileiro é que mostra sua força. Dos seus onze garçons e maîtres, seis são nascidos na mesma cidade: a distante Pedro II, no norte do Piauí.
Entre opções de penne, maccheroni e farfalle, o idioma italiano domina o cardápio do Aguzzo, em Pinheiros. Quando os pratos passam para as bandejas, porém, um sotaque bem brasileiro é que mostra sua força. Dos seus onze garçons e maîtres, seis são nascidos na mesma cidade: a distante Pedro II, no norte do Piauí.

O time piauiense de maîtres e garçons do restaurante Aguzzo
(da esq. para a dir.): Jaidan de Macedo, Antonio Campelo,
José Silva, José Renato Oliveira, João de Carvalho e Maique Pinheiro

O time piauiense de maîtres e garçons do restaurante Aguzzo
(da esq. para a dir.): Jaidan de Macedo, Antonio Campelo,
José Silva, José Renato Oliveira, João de Carvalho e Maique Pinheiro
“Nunca trabalhei em um lugar que não tivesse algum conhecido da terrinha”, diz Antonio Campelo, chefe da equipe, cuja trajetória ilustra bem a epopeia desses profissionais. Ele chegou aqui no fim da década de 80, após três dias de viagem chacoalhando em um ônibus. No primeiro ano, foi assaltado três vezes ao andar pelo centro com o dinheiro das gorjetas que recebia.
Sentia muita saudade da família, mas não desistiu. Apesar da experiência zero, logo arranjou serviço e entrou no mercado, trabalhando em casas como America, Piselli e Parigi. No emprego atual, ao qual já chegou como maître, contratou vários conterrâneos. Jaidan de Macedo, de 23 anos, é um deles. Dos seus nove irmãos, oito estão em São Paulo e atuam nessa área, que se, por um lado, é pródiga em oportunidades, por outro, requer disposição para jornadas de oito, nove, dez horas em pé, em geral com apenas uma folga semanal. “A exigência é grande, mas vir para cá ainda é uma opção comum para os jovens”, conta Macedo. “Muitos até me procuram no Orkut pedindo dicas.”
Difícil nos bastidores do Aguzzo é encontrar algum funcionário paulistano. “Sou o único”, afirma o chef Alexandre Romano, nascido no Jardim Europa. “Eles falam quase uma outra língua, e às vezes me pego repetindo para amigos expressões como ‘sujeito boca aberta’, que quer dizer uma pessoa abobalhada”, diverte-se.
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